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domingo, 3 de outubro de 2010

Brasil nulo, branco ou verde?


Brasil nulo, branco ou verde?
Por que eu não voto? Porque prefiro não concordar com uma política manchada de escândalos, com um país marcado por contradições sociais. Quando olho as notícias nos jornais, meus amigos no mundo das drogas, pessoas mendigando, um sistema de ensino para formar uma nação retardada, meus olhos se fecham. Fico amargurado.
E se não bastasse todos esses problemas, uma justiça displicente, seletiva, que julga conforme o status social do cidadão, ou seja, a justiça pune severamente o ladrão de bolachas, que não teve o próprio amparo do governo. E agora, se vê machucado pelo próprio regime, este que , segundo estudos, desvia por ano 69 bilhões. Esta cifra daria para retirar da pobreza milhões de famílias.
E a reforma agrária? Está nunca vai acontecer, pois fere os interesses das elites. E a reforma da saúde? Nunca vai acontecer, pois fere os interesses de hospitais particulares e de políticos corruptos (será que existe algum honesto). E a reforma da educação? Também não vai acontecer, porque uma nação inteligente não deixaria essa novela que vivemos acontecer. Já no primeiro capítulo, retiraria do ar. Mas como somos mongolóides, assistimos e esperamos um final feliz. E a reforma do país? É mais uma utopia, porque a própria nação deixa isso ocorrer. Enquanto não há reformas - e poderá nunca haver- , eu mesmo tento fazer a minha, não participando dessa fantasia. E você prefere o mundo da fantasia ou o mundo real?

Rodrigo Galvany

domingo, 26 de setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O GATO ATIRADOR DE ELITE


O gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Revisando antigas agendas, encontrei o rascunho deste bilhete que deixei na portaria do prédio de uma amiga... Incluo logo após uma resenha deste livro que adoro reler pela beleza poética, pelo primor da escrita da incursão do querido Jorge Amado na literatura Infanto juvenil.

XXXXXXO bilheteXXXXXXXXXX

Querida, relaxe... Tal qual o Gato Malhado seu Adônis deve ter se encantado por uma fêmea, certamente da mesma espécie, ao contrario do Malhado que se apaixonou por uma andorinha .... Não se preocupe, ele voltará com certeza estropiado, arrebentado, mais morto do que vivo mas feliz da vida, com sua libido felina em dia.
Querida, eles, os animais ditos irracionais são “sábios” e por mais “personalidade” que achemos que eles têm ou aparentem mesmo ter, não abrem mão de extravasar seus instintos. Tolos somos nós, os humanos, que sublimamos os nossos com rezas, literatura, chocolate, macarrão...Pense nisso.
Enquanto espera leia (ou releia) este livrinho/livrão delicioso. O gato Malhado e a Andorinha Sinhá é uma linda estória de amor entre diferentes, mas iguais perante o sentimento, perante a atitude de ser e estar aberta às surpresas da vida. Amor inusitado mas amor , enfim.

domingo, 12 de setembro de 2010


Ainda espero por você
Poema enviado por: Jean Michel Alves Damasceno

O amor que você deixou acabar Não foi possível fazer com que Eu viesse deixar de esperar num dia que Teu amor pudesse voltar. Você escolheu esta decisão de terminar Porem não existe a força capaz de apagar Todo esse amor que no longo da vida Tu não desistiu de procurar, agora nos Resta aguardar que o tempo possa curar Mesmo você desistindo de mim Aprendi que quando amamos De verdade é difícil viver um fim Por que encontrei em você que não Posso ter outro amor sem você Faço tudo para esperar por você Posso até perde a oportunidade de ir a eternidade Mas enquanto não ter você de volta Não deixarei de esperar por que Espero pelo teu amor conquistar.

Autor: Jean Michel
EIS ALGUMAS CHARGES ENGRAÇADAS E LEGAIS:








"Nem preto com quadrados brancos, nem branco com quadrados pretos; de outra cor com quadrados pretos e brancos. O tabuleiro de damas simboliza, para Fernando Sabino, a verdade que se esconde por baixo da realidade, e que só se revela através do sonho, da fantasia e da imaginação criadora. Num breve passeio pelas lembranças de sua via, do menino ao homem feito, escrito de maneira sempre amena e inspirada, o autor fala de suas leituras e formação literária, narrando episódios pitorescos de suas relações com outros escritores, como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Alceu Amoroso, Clarice Lispector (...) E culmina com a reafirmação da amizade que o liga a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, depois de 50 anos de convívio. Suas observações se estendem a temas palpitantes como álcool, drogas, jazz, viagens. A fascinante trajetória de uma vida que vai dos "discursos" aos três anos de idade até a enunciação do próprio epitáfio de um homem que só pensa em voltar a ser menino."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

GREEN PEACE

VELHO CHICO



" Velho Chico vens de Minas


De onde o oculto do mistério se escondeu


Sei que o levas todo em ti Não me ensinas


E eu sou só,eu só,eu só,eu..."


(Caetano Veloso - O Ciúme)

livros



Minhas verdades , minha vida , meu jeito de agir , estão em minhas poesias.

' Todas as nossas escolhar e decisões , serão refletidas na nossa vida '. ( Camila de Paula ) .

domingo, 15 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010



O Homem Nu

Fernando Sabino


Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:

— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.

Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.

Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!

Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:

— Maria, por favor! Sou eu!

Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.

Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.

— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.

E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!

— Isso é que não — repetiu, furioso.

Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.

— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.

Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:

— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...

A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:

— Valha-me Deus! O padeiro está nu!

E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:

— Tem um homem pelado aqui na porta!

Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:

— É um tarado!

— Olha, que horror!

— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!

Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.

— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.

Não era: era o cobrador da televisão.


Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.

Agradeço a Cristhiano Rocha Pereira pela lembrança.

Tudo sobre o autor em "Biografias".