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sábado, 12 de dezembro de 2009

PÁSSARO


PÁSSARO

Meu passarinho, de penas amarelas,
Que cantas como nenhum outro,
Quem foi que te levou o canto com elas,
E te deixou nesse ócio, quase morto?

Não mais à minha mão vieste comer,
Já não pousas no meu dedo em riste…
Oh, meu passarinho, que posso eu fazer,
Para que não andes assim tão triste?

Fosse madrugada, luz acesa, teu canto
Era singular… e não havia outro igual…
Diz-me o porquê desse teu pranto
E quem foi que te roubou o canto afinal?

Como um mal nunca vem só prendeste
A patinha, na seda que revestia a gaiola…
Não imagino o quanto tu sofreste,
Tentando fugir da armadilha que te estiola.

A muda da pena está feita, está na hora,
Passarinho, de nos alegrares a todos…
É que, passarinho, não me vou daqui embora,
Até que nos cantes cantigas a rodos.

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