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sábado, 3 de março de 2012

Contos de aprendiz, de Carlos Drummond de Andrade

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Contos de aprendiz foi publicado em 1951. Foi a estréia de Carlos Drummond de Andrade como contista. Nessa época já havia publicado seus livros mais importantes - Alguma Poesia e Sentimento do Mundo - que o consagraram como um dos maiores poetas brasileiros.

A obra reúne 15 contos da maior ternura, incluindo aquele que é um exemplo do limite do real com o fantástico: "Flor, telefone, moça". Drummond conta as histórias que acontecem ou podem acontecer, na medida em que o acaso ou outro poder as torna possíveis, com o auxílio da imaginação alerta. Drummond gosta de relatar aquilo que parece o mínimo porém está cheio de significado na memória de cada um, como a surpresa e a decepção do primeiro sorvete, ou uma briga de irmãos que transforma a penitência infantil em pecado. Ou senão, a simples troca de palavras entre um homem e uma mulher, no coletivo, em que o olhar perturbado entra com sua carga de sensualidade. E ainda o devaneio da moça que prepara as figuras do presépio, na véspera de Natal, com o pensamento não no que fazia, mas no namorado. Drummond escreve uma prosa limpa, evidentemente com prazer - o prazer de contar sem intenção de brilhar.

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